Idas Ao Cabeleireiro - É A Vida

Considera-o feito.
No cabeleireiro...
Permanente, um senhora de idade avançada deixa-se dormir com a cabeça sobre o lavatório e ressona... Outra mete um secador na cabeça e deixa de ouvir tudo o resto, eu esborracho-me entre outras duas senhoras no sofá enquanto espero pela minha vez, e finalmente chega a minha parte preferida: lavar a cabeça, receber aquelas massagenzinhas boas. De repente a desgraça. 'Não corte muito!'/'Ai está a cortar tanto'/'Ah até ficou bom'. Apanhar cabelos do chão, fim.

A vida é muito parecida com estas idas ao cabeleireiro: temos que esperar, não podemos desistir, temos momentos em que nos fechamos no nosso próprio secador (leia-se 'mundo') e desligamo-nos de tudo o resto ou então adormecemos, sem dar conta de que o mundo continua a girar, de que as coisas continuam a acontecer (ou então de que estamos a dormir num lugar público, fechado, com pessoas a ver e, consequentemente, a fazer figuras tristes), temos de nos espremer para atingir os nossos objectivos. Acontecem coisas boas, as chamadas (a partir de agora) massagens emocionais, , existem coisas más e existem ainda coisas supostamente más, que no fim de contas até são coisas boas, o que interessa é apanhar os destroços e seguir para o próximo 'cliente' e no fim... bem no fim é um bocado diferente, no fim... No fim morremos.

Continuo a trabalhar no papel de alumínio.
Até à próxima inutilidade,

Parvinha

(com grande desbaste)