Post-it.

where the crazy matters

16/03/2013

Tenho Medo de Deficientes Mentais

Existe uma pessoa com um deficiência mental no prédio, pessoa essa que hoje entrou no elevador onde eu já estava. Primeiro pensamento:

"I've seen enough series to know where this is going."


Eu preciso mesmo de um psicólogo.
Sílvia.

Tenho Uma Colega de Casa Nova

Super simpática, conheci-a ontem à noite quando cheguei a casa. Acabamos de nos conhecer e ofereceu-se logo para ir comigo às compras. Tudo bem.



À noite, quando me fui deitar, comecei a imaginar que ela ia entrar pelo meu quarto adentro com um facalhão para me degolar e só consegui dormir depois de ir trancar a porta do quarto.

Esta manhã não sabia das chaves, primeiro pensamento: "Overly Attached Roomate: roubou-me as chaves para eu não poder sair sem ela."
As chaves estavam no chão debaixo da cama.


Não, não tenho razões para pensar nessas coisas. Tenho só problemas.
Eu preciso de um psicólogo.


Sílvia.

02/03/2013

Cenas

E sabem que mais? Não é tudo.
Sinto falta de escrever, de escrever aquilo que me apetece, o que me vai na alma, os meus pensamentos, principalmente os meus devaneios. E isto sem ter que me preocupar com quem vai ler o que eu escrevo - se alguém vai ler - escrever simplesmente.

Estive a ler o blog e ainda me rio. Normalmente quando me lembro de coisas que fiz, ou leio outras coisas que escrevi, só acho idiota, só me envergonho e penso "damn, stupid hoe." Mas não com o Post-it (ou o Parvidades Parvas, vá talvez me arrependa um pouco deste nome, mas é tudo.)
Ainda me rio, porque eu tenho piada (ou tinha?), só já não fazem sentido as minhas preocupações (Pessoa, exames nacionais, "estudar quatro livros de História"), parecem tão insignificantes agora...

Talvez eu já não seja a Sílvia Psiu, talvez eu agora seja simplesmente a Sílvia Gonçalves. Nestes três anos mudou muita coisa, eu continuo eu mas menos criativa. É verdade, às vezes penso que este curso (Audiovisual e Multimédia) me arruinou.
Um curso que supostamente deveria incentivar à criatividade, tirou-me toda a vontade de fazer o que quer que seja, por me impingir coisas que não tinham interesse algum para mim, eu perdi a vontade de ler, eu perdi a vontade de escrever. E eu escrevia bem! E eu tinha montes de ideias! Eu tinha três blogs, man!
Estou neste momento a tentar reverter a situação e a recomeçar a ler.

Nestes três anos tive três casas e três experiências de vida. Uma muito má, uma muito boa e outra (esta) indiferente. Nestes três anos só houveram duas constantes: o André e a vontade de desistir disto e voltar para casa.
Não sinto ter evoluído nada nem enquanto pessoa, nem enquanto profissional. Não sinto que este curso me tenha dado nada a não ser trabalho, noites mal dormidas e preocupações. E aqui estou eu, a três meses de acabar o curso, sem perspectivas de arranjar trabalho, sem motivação e sempre sem vontade.
Já nem sei o que quero fazer, acho que já nem sei de que é que gosto. A única coisa que eu quero é daqui a quatro meses arranjar um trabalho, qualquer trabalho, simplesmente um trabalho que me pague as contas e me deixe sobreviver.

Ultimamente tenho dado por mim todos os dias - e é mesmo todos os dias -  a pensar "qual é o sentido da vida?", sempre a lutar para atingir isto e aquilo. E depois da luta, surprise, surprise, mais luta. E no fim morremos. Morremos todos. Isto leva-me à conclusão de que a vida não faz sentido absolutamente nenhum - por muito emo que isto possa parecer.
Sempre que chego a essa conclusão, sinto-me tentada a acreditar "que a vida não pode ser só isto." É tudo tão complexo, como é que é possível conceber um fim. Mas é. É só isto. E isso é triste.

Depois também penso que se a vida é só isto e se no fim morremos todos mesmo, porque não matarmo-nos logo todos? Suicídio colectivo, afinal o Homem é o pior animal da Terra, só estamos cá a estragar. Se nós desaparecêcemos, tudo ficava bem. Nenhum animal iria sentir a nossa falta. Bem, talvez os cães. Alguns. Os que são bem tratados. Como o meu. Amo-te Chopin, coisa boa da dona.

Agora sou pseudo-vegetariana. Se calhar não se pode dizer tanto. Só reduzi bastante o meu consumo de carne - agora só como carne uma/duas vezes por semana e, para quem me conhece, sabe que isso é dizer muito, porque praticamente eu só comia carne. Eu adoro carne. Mas resolvi que tinha de deixar de ser (tão) hipócrita, já que gosto tanto de animais e tenho tanto respeito pelos seus direitos. Não chega gostar de cães e gatos e ser contra as touradas.
Continuo a fazer reciclagem e a fazer o que posso para não deixar uma pegada muito marcada.
No fundo são estes os assuntos que me interessam. No fundo era isto que eu gostava de fazer da vida: lutar pelos animais e pela Terra.
Mas isso não paga contas.


Eish já dispersei tanto... falei de tanta coisa e não falei de nada. Espero que não fiquem com ideia - se é que alguém vai chegar aqui e ler isto - que eu sou completamente depressiva e que estou a ponderar o suicídio. Não é nada disso, é só que eu às vezes penso. E é tão mais fácil não pensar, viver na ignorância e ser "feliz".

Não sei se isto é um regresso, só sei que já estava deitada e me levantei para escrever isto. E soube bem.


Sílvia

I Really Fucking Miss This

That's all.