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16/07/2009

Teoria Da Conspiração II - O Significado Oculto d'Os Maias II

Continuação… (avisos e afins no post infra)

A idade adulta de Carlos seguiu os princípios que lhe forma transmitidos em criança, a sua vida de universidade foi marcada pela boémia, pelas prostitutas, como vem expresso na obra de Eça. Mas não é só isso… longe disso. Além de se meter com mulheres casadas, andar a comer a irmã, ainda comia… os amigos.

Dâmaso Salcede era um apaixonado por Carlos e pensava nele constantemente: ‘’Este dia pareceu a Dâmaso, como se fosse feito de azul e ouro. Mas melhor ainda foi a manhã em que Carlos o recebeu no quarto, como entre rapazes… Daí datava a sua intimidade…’’

Mantinham uma relação séria, pelo menos para Dâmaso, até andavam a decorar a casa juntos: ‘’Amanhã tenho uma manhã de trabalho com o Maia… Vamos às colchas.’’ Mas Carlos não era homem de uma pessoa só e quando se divertiu o que tinha a divertir, deixou Dâmaso e foi por essa razão, por mais nenhuma, que Salcede publicou aquele artigo no jornal, a denegrir a imagem do Maia, sentia-se traído, queria vingança.

Mas antes disto eles passaram bons momentos juntos, mas não sozinhos…

‘’… depois desapertou os últimos botões do colete, deu um puxão à camisa (…) e de pálpebra cerrada, com o beiço trombudo ficou mamando gravemente na boquilha…

- Tu hoje estás em beleza, Dâmaso – disse-lhe Carlos, que deixara também a revista e o contemplava com melancolia.

Salcede corou de gozo. Escorregou um olhar ao verniz dos sapatos, à meia cor de carne, e revirando para Carlos o bugalho azulado da órbita:

- Eu agora ando bem… Mas muito blasé.’’ ‘Blasé’ significa ‘entediado’, então Carlos tratou de apimentar a relação. Craft juntou-se-lhes.

‘’… começou a transpirar, a fazer-se branco. Diante dele, Craft, de florete na mão, parecia-lhe cruel e bestial, com aqueles seus ombros de Hércules sereno, o olhar claro e frio. Os dois ferros rasparam. Dâmaso estremeceu todo.

- Firme – gritou-lhe Carlos.

O desgraçado equilibrava-se sobre a perna roliça; o florete de Craft vibrou, rebrilhou, voou sobre ele; Dâmaso recuou, sufocado, cambaleando e com o braço frouxo…’’ Pff… esgrima… ferro… florete! Toda a gente sabe o quanto Eça de Queiroz era fã de metáforas.

Mas passavam também bons momentos a sós: ‘’veio logo, desapertou delicadamente o colarinho, e, quase entre os joelhos de Carlos, dobrou o pescoço macio e alvo como um lírio.’’, apesar de Craft acabar sempre por se lhes juntar, mesmo depois de ter andado a fazer outros ‘serviços’: ‘’Craft, que acabara de bater o marquês, perguntou pousando o taco e acendendo o cachimbo…’’ – típico, é um cliché fumar depois de uma sessão de sexo, Eça, esperava mais de ti.

O difícil é encontrar nesta obra uma personagem qie não sofra de nenhuma parafilia, até o maestro, até ele tinha uma pancada estranha com moedas e mesas… ‘’Cruges (…), roçando pela mesa (…) com a mão nervosa, escorregou-lhe uma libra por baixo (…) o maestro estava em pleno vício, com a libra entalada, os olhos acesos, o ar esguedelhado.’’

Depois o facto de Carlos continuar a comer a irmã, depois de se saber… Esta personagem tinha grandes distúrbios mentais, só pode. Quer dizer, se podia comer o avô, por que não a irmã também? Mas… se calhar, não é tão mau quanto parece…

Na nossa opinião, Carlos não é irmão de Maria Eduarda.

Quem é que deu a notícia a Carlos? Ega. Quem é que recebeu em mãos o cofre da Monforte? Ega.

Ega era apaixonado por Carlos, juntos já haviam vivido momentos deliciosos e românticos, como uma vez em que Carlos estava com Dâmaso e ele pediu:

‘‘- Carlos, dás-me aqui em baixo uma…?

Desceram o terraço, penetraram no jardim, até junto de duas olaias em flor’’ Não é tão querido?

Ega teve mais que tempo para abrir o cofre, manipular, forjar as provas, ir abri-lo ‘pela primeira vez’ com o outro, para não levantar suspeitas e assim acabar com o romance entre os dois ‘irmãos’.

Plano engenhoso, este. Ega sabia que Afonso não resistiria a esta desgraça e sabia também que o velho tinha um grande poder sobre Carlos, assim morria de desgosto e dali em diante nada mais se atravessaria entre ele e o seu Carlinhos, o seu verdadeiro amor.


As provas estão aqui, agora digam lá que isto são coisas da nossa cabeça.

Teoria da Conspiração Próxima - venham cá ver.

Mad Cows Company®

6 comentários:

F*B disse...

Ninguém comenta... =(

é triste, é triste.

João disse...

Paneleiragem no século XIX.
Ainda dizem que agora é que há.

O Eça era outro.
Esse livro foi uma forma mais ou menos subtil de contar as suas aventuras amorosas de empurranço de cócó.

Sílvia. disse...

João ainda bem q o pensas. Nós temos provas (praticamente) irrefutáveis de que o Eça'zinho era panilas... E não só.

Otário Tevez disse...

este blog tornou-se mais sexy!

Otário Tevez disse...

o eça era larilas?

F*B disse...

Larilas e não só.